O autor humaniza, não romantiza a pobreza. Existe uma grande distância entre essas duas visões. Romantizar a pobreza, característica hegemônica em nossas telenovelas, traz em si o ranço de uma visão nobiliárquica, fruto de uma sociedade estratificada, onde é confortável se apiedar dos menos favorecidos. O que Carlos Alberto Brandão faz é retratar a pobreza com tintas exatas. Nem exageradas, nem amenas demais. As tintas do humanismo cristão, que resgata uma cosmovisão presente na mensagem expressa em Mateus, 6. Cada personagem é retratado nos seus pequenos dramas cotidianos, seus medos, sonhos e amores.
O cenário que resulta desse delicado trabalho de tecelão ao qual o autor se dispôs, é vibrante, belo, trágico.
Assunta, a protagonista, parece saída de uma das tragédias de Ésquilo ou Sófocles, reúne em si diferentes forças que, apesar de opostas, nela se complementam, a força e a fragilidade. Do mesmo modo, seus pais, Manuel e Imaculada, são, emprestando as palavras de Nietzsche, humanos, demasiadamente humanos.
Essa é a uma história para se ler num só fôlego e depois retornar em cada um dos seus parágrafos, páginas, capítulos, para dialogar com intimidade com seus personagens tão ricos e revisitar as nuances do quadro social, ricamente retratado pelo autor.
ISBN | 978-65-5392-477-2 |
Número de páginas | 216 |
Edição | 1 (2022) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Brochura c/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Polen |
Idioma | Português |
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