A literatura sociológica, observada e descrita na história tem registrado o caráter de mutabilidade de seus conceitos estruturais em variados graus, dentro de um contexto de espaço e época, notadamente quando tenta precisar teoricamente o próprio fenômeno “sociedade”. Diante disso, as teorias sociológicas clássicas para a descrição da sociedade encontram seu esgotamento, especialmente na sociedade moderna, diante de novos eventos ecológicos, econômicos, jurídicos, problemas de regionalismos, de internacionalismos, de desequilíbrios de desenvolvimento, etc. A sociologia tem dificuldades para encetar uma teoria do conjunto das relações sociais, uma teoria de suficiente universalidade que considere a sociedade em âmbito global. As perspectivas clássicas avaliam os problemas novos da modernidade e pós-modernidade, com paradigmas que devem ser transpostos. Esses objetores teóricos se fundamentam, por exemplo, na ideia de que as pessoas concretas são “partes” dos sistemas sociais, na ideia das unidades territoriais, no paradigma das diferenças regionais, onde suas fronteiras sejam territoriais ou políticas e na percepção de que a sociedade seria um “objeto” a ser descrito de forma objetiva através de um sujeito externo. A complexidade da sociedade, enquanto possibilidade de relações sociais avaliadas em âmbito global, constitui um problema para os moldes clássicos, mas não para a perspectiva da teoria dos sistemas. Assim, a teoria dos sistemas sociais autorreferenciados e operacionalmente fechados se vê numa sociedade que se constitui num sistema social global da comunicação, uma teoria que observa e descreve a si mesma, ultrapassando os modelos paradigmáticos tradicionais. Niklas Luhmann (1927-1998), sociólogo alemão, torna-se o principal expoente no desenvolvimento dessa matriz teórica sistêmica conseguindo estruturar um aparato analítico conceitual suficiente para abordar a complexidade que representa a sociedade como um todo. Por enfrentar paradigmas e envolver conceitos de diversas áreas do conhecimento sua tese sofreu severas críticas sobre sua compreensibilidade, críticas que nada mais significaram do que a revelação das suas próprias alienações especializantes.
ISBN | 9786500880472 |
Número de páginas | 112 |
Edição | 1 (2023) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Brochura c/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Couche 150g |
Idioma | Português |
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