Encontrei o “Palavras Cínicas” num sebo de Bragança Paulista, ao preço irrisório de 50 centavos. Engracei-me com o título, mas jamais poderia esperar o que encontrei ao folhear aquele libreto de 96 páginas, já bastante esgarçado pelos anos: uma alma inteiramente compatível com a minha, totalmente frustrada com a Humanidade. Eu já havia lido alguns livros mórbidos, como “As Flores do Mal”, de Baudelaire, “Crime e Castigo”, de Dostoiewsky, “Uma Estadia no Inferno”, de Rimbaud, e ainda inúmeros contos de Poe, Oscar Wilde, Maupassant, Apollinaire e outros tantos, porém nada que chegasse àquele nível de crônico desencanto, àquele desespero existencial, àquela amargura em estar vivo. Pesquisando na Internet, posteriormente descobri que o autor o escrevera aos vinte anos! Como pôde chegar a semelhantes definições tão cedo? Sim, havia lido bastante, e nos livros que lera percebera reflexos de sua própria consciência – já prematuramente destroçada. E de que outra forma compreendemos nós as desilusões que nos acometem? Se não tivermos parâmetros externos, acabaremos achando que desgraças são eventos maravilhosos – como querem que pensemos os interessados em nos desgraçar.
Número de páginas | 96 |
Edição | 1 (2011) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Brochura c/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Offset 75g |
Idioma | Português |
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