“A minha questão não é que este ou aquele indivíduo me aplauda; não gosto disso. O meu fim é andar às claras comigo mesmo.”
Tobias Barreto
Ante a moderna compreensão da crítica literária e artística, o livro “Dias e Noites”, uma obra de arte, constitui-se não só em documento para a história do seu tempo, como também, e isto acima de tudo, para a história do respectivo autor.
Nas palavras de Silvio Romero, “Quando Tobias apareceu em Sergipe, era a poesia quase nula e atravessava em todo o país um período de decadência. Tobias Barreto foi então o seu mais elevado representante”.
Fundou uma escola: a hugoana; mesmo antes de conhecer o criador da sua escola, antes mesmo de saber o francês. Parece-se com João de Deus na doçura do lirismo, com Luiz Delfino na elevação das notas, com Castro Alves por serem colegas no hugoismo; mas é maior que Castro Alves, que Luiz Delfino e que João de Deus. Finalmente, Tobias é, como disse o grande Ernesto Häeckel: “zur Race der grossen Denker gehærig” (pertencente à raça dos grandes pensadores).
O verso de Tobias é correto, estrepitoso, atravessado de adjetivos faiscantes; ora é requebrado, cadencioso, polvilhado de beijos e suspiros...
Os dengos maviosos das odes amorosas conseguem transmitir nitidamente, em uma vibração semelhante à da luz solar sobre os clichés fotográficos, a impressão exata das emoções do poeta.
Sua belicosidade explosiva e ribombante transmitem o calafrio épico dos grandes lances heroicos; seus idílios sentimentais penetram esse luar espiritual, inefável e insinuativo, que se exala dos sentimentos ternos, verdadeiramente sentidos, ou genialmente descritos.
Há composições em que o poeta consegue transmitir os sentimentos que o empolgam e alucinam, momentos em que a impressão anímica consegue transfundir-se na palavra, em que a ideia e a forma expressiva se casam intimamente.
O autor dos Dias e Noites é, portanto, um lírico.
A expressão pessoal, que é a primeira condição de existência para as obras de arte, não é mais do que a intervenção do artista entre a coisa que o emocionou e a concretização, a corporização desse sentimento, dessa emoção.
Tobias Barreto apresenta duas faces distintas e autônomas: ora se inspira na natureza, nos sentimentos e nas sensações que o tocam intimamente, e é poeta lírico; ora se emociona pelo homem e pela humanidade, pelos conflitos em que se empenham, e é poeta social, em falta de melhor denominação.
Em Tobias Barreto, porém, o que predomina é o lirismo; com inspirações patrióticas, sociais, filosóficas, advindo-lhe acidentalmente.
Número de páginas | 82 |
Edição | 1 (2022) |
Formato | A4 (210x297) |
Acabamento | Brochura s/ orelha |
Tipo de papel | Offset 75g |
Idioma | Português |
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