Entre as missões difíceis que tenho enfrentado nesse tempo de pandemia, essa é uma delas: prefaciar uma obra de Wanderlino. Difícil, mas gratificante e à qual não posso me esquivar, apesar do susto e do inusitado do convite.
Falar do homem - Wanderlino Arrruda - é chover no molhado, é repetir tudo o que já foi falado em letras garrafais e aqui reproduzidas nas letras de Maria Ribeiro Pires, Maria Luísa Rodrigues Batista e Inilta Pires Antunes, Maria Luiza Silveira Teles, Felicidade Tupinam- bá, Manoelito Xavier, Haroldo Lívio, Mara Narciso, Lázaro Francisco Sena, Dóris Araújo, Dário Cotrim que o retratam como “homem de sete instrumentos” e até comparado a Winston Churchill, na pena de Josué de Oliveira Lima: “Gosto pela política, pela pintura, jornalismo, oratória, ciências e artes...” e Rigoberto Guilherno Espinosa Pichs, que assim diz: “ De Wanderlino, uma galeria de personagens desfila por nossa imaginação, no tempo e na conformação do conhecimento, guiada pela maestria do narrador...”
Poderia parar por aqui, mas o livro “Vivendo e Aprendendo” penetra lá no baú de suas raízes e me encanta, apaixonada que sou pelo resgate de Memórias.
Mário Sérgio Cortella afirma que: “Na vida, nós devemos ter raízes, e não âncoras. Raiz alimenta, âncora imobiliza. Quem tem âncora vive apenas a nostalgia e a saudade. Nostalgia é uma lembrança que dói, saudade é uma lembrança que alegra.” Prefiro então, mergulhar nas suas raízes tão bem descritas
nesse livro, um resgate de lembranças.
Do pai, José Arruda, herdou o espírito aventureiro “era um viajante faminto de estradas, sempre saindo e chegando...” De prodigiosa memória, lembra-se até do seu pai “vestindo um pijama listado, com botões vistosos e alamares na gola e nas mangas...”
À mãe, Dona Anália, um momento de afeto filial e uma linda declaração de amor: “Ser mãe é curar o cansaço, é amenizar a própria existência...” A segunda mãe, Silvina Melana também merece uma lembrança especial
e uma gratidão: “Ela carregava e lavava os urinóis, dava banho, vestia as roupas, penteava os cabelos, dava os remédios, ensinava a rezar...”
O avô João Morais “viveu oitenta e muitos anos de alegria em tempo integral... ” “Vi-o muitas vezes voltando à tardinha, enxada noombro, embornal pescoço no pescoço, sorriso de ponta a ponta, a cantarolar algumas de nossas modinhas prediletas...”
As andanças por São João do Paraíso, onde nasceu, as lojas principais, o centro da praça onde os fereiros da roça amarravam os cavalos e onde a meninada pulava corda e brincava com bolas de gude... “Dos meus tempos de criança” de Ataulto Alves: “Eu igual a toda meninada, quanta travessura eu fazia, jogo de botões pela calçada, eu era feliz e não sabia.”
Número de páginas | 0 |
Edição | 2 (2022) |
Idioma | Português |
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