A Tríade que Combate a Desigualdade Social

Educação - Vara - Peixe

Por Bispo e Prof. Fábio Rodrigues

Código do livro: 590203

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Política Social, Filosofia / Religião, Educação Cívica, Vida Cristã, Filosofia, Ciência Política

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Sinopse

Introdução

É muito comum ouvirmos algumas pessoas dizerem que não se deve dar o peixe para alguém e sim a vara. Mas essas pessoas só dizem isso, por conta de não precisarem depender exclusivamente do peixe, pois caso contrário elas não afirmariam tal coisa. Pelo contrário, defenderiam além da vara, algo que é mais importante do que ela, a própria educação.

É sabido por todos aqueles que estudam acerca das causas que produzem e que mantêm a desigualdade social, de que a maioria da população mundial nunca aprenderá a pescar seu próprio peixe.

Isto se dá, exatamente, por conta do ciclo do egoísmo, da insensibilidade, da falta de empatia e pela ausência total de altruísmo de muitas pessoas e sobretudo pelo desinteresse do Estado em mudar essa realidade através da educação.

Em sua definição, a palavra altruísmo, que deriva da palavra altruisme, em francês, criada pelo filósofo francês Augusto Comte, em 1830, é um modo de viver, levando as pessoas a se dedicarem aos outros.

Segundo Augusto Comte, o altruísmo é o oposto do egoísmo, pois é um sentimento de amor ao próximo e a ausência de interesse próprio, levando o indivíduo a agir em prol de outra pessoa e não de si mesma.

De acordo com o Dicionário Básico de Filosofia , “altruísmo é um conceito estabelecido por Augusto Comte, para designar o amor mais amplo possível ao outro. Vale dizer, que é a inclinação natural que nos leva a escolher o interesse geral, e não nossos próprios interesses. Em seu sentido mais moral, por oposição ao egoísmo e ao egocentrismo, altruísmo designa a atitude generosa que consiste em sacrificar efetivamente seu interesse próprio em proveito do interesse do outro ou da comunidade”.

Antes de voltar ao ponto, sobre o efeito extremamente positivo em relação a Tríade que Combate a Desigualdade Social, convém compartilhar um conteúdo sobre o altruísmo quando ainda somos bebês.

De acordo com o artigo da revista científica ‘Scientific Reports’ , “descobrimos que bebês de 1 ano e 7 meses, envolvendo 96 crianças, mesmo quando estão com fome em um ambiente estranho, são capazes de comportamentos espontâneos, robustos e repetidos de doação de alimento de forma altruísta. Dessa maneira, as primeiras experiências sociais em ambientes familiares podem ser entendidas como contribuição para um sistema psicológico que alimenta a expressão do potencial altruísta dos seres humanos”.

De acordo com a pesquisa norte-americana, o altruísmo não é uma capacidade inata: precisa ser aprendido e desenvolvido.

Filosoficamente, o altruísmo costuma ser tratado como uma disposição natural, que nasce com o ser humano.

A ciência, porém, diz que esta não é uma característica intrínseca ao Homo Sapiens : ela precisa ser adquirida (Naíma Saleh).

Saindo do campo filosófico e científico e adentrando o campo bíblico neotestamentário , encontraremos vários exemplos de altruísmo e combate à desigualdade social, e sobretudo sobre como os cristãos eram estimulados a olhar o próximo como superior a eles mesmos.

Basta ler o que está escrito na Bíblia, em Atos 4:32-34, para entender que o que estava na ordem do dia, era a justiça social e não a caridade:

“Da multidão dos que creram, uma era a mente e um o coração. Ninguém considerava unicamente sua coisa alguma que possuísse, mas compartilhava tudo o que tinham. Com grande poder os apóstolos continuavam a testemunhar da ressurreição do Senhor Jesus, e grandiosa graça estava sobre todos eles. Não havia pessoas necessitadas entre eles, pois o que possuíam terras ou casas as vendiam, traziam o dinheiro da venda e o colocavam aos pés dos apóstolos, que o distribuíam segundo a necessidade de cada um”.

Paulo Freire disse, “Eu sou intelectual e não tenho medo de ser amoroso. Amo as gentes e amo o mundo. E é porque amo as pessoas e amo o mundo que eu brigo para que a justiça social se implante antes da caridade”. Portanto, justiça social é dar acesso a todos, aquilo que é básico para o ser humano viver.

“Paulo Freire disse, que gostaria que a justiça social fosse implementada, para que a caridade não fosse mais necessária. Afinal, onde há justiça social, a caridade não é mais necessária” (Prof. João Alves Correia).

Das chamadas Sete Leis Universais temos uma, que é a mais importante de todas: Dinim. A grosso modo falando, dinim, significa ‘estabelecer sistemas e leis de honestidade e justiça’.

Embora muitos teólogos defendam que a razão pela qual Deus destruiu Sodoma e Gomorra teria sido por conta da prática do homossexualismo, não é o que de fato lemos em Ezequiel:

- “Eis que esta foi a maldade de Sodoma, tua irmã: soberba, fartura de pão e abundância de ociosidade teve ela e suas filhas; mas nunca esforçou a mão do pobre e do necessitado (Ezequiel 16:49).

De acordo com os sábios da tradição judaica, a falta de hospitalidade e a insensibilidade dos moradores em relação a justiça social levou a destruição das cidades (Sodoma e Gomorra), salvaguardando apenas Abraão e seus familiares. Os moradores de Sodoma tinham fartura de pão e eram abundantes de ociosidade, isto é; tinham recursos financeiros e tempo de sobra para ajudar os necessitados, mas eram insensíveis quanto a isso.

“Aprendam a fazer o bem; busquem a justiça, acabem com a opressão; lutem pelos direitos do órfão, defendam a causa da viúva” (Isaias 1:17).

Vale ressaltar que de acordo com Isaias 1:17, cinco verbos são necessários para que se combata a desigualdade social: aprender (a praticar a justiça), buscar (viver de forma justa), acabar (com a injustiça), lutar (em prol da justiça) e defender (aquilo que é justo).

No que diz respeito a considerar o próximo superior a nós mesmos, o renomado apóstolo Paulo do Novo Testamento, disse aos Filipenses:

“Se por estarmos em Cristo nós temos alguma motivação, alguma exortação de amor, alguma comunhão no Espírito, alguma profunda afeição e compaixão, completem a minha alegria, tendo o mesmo modo de pensar, o mesmo amor, um só espírito e uma só atitude. Nada façais por ambição egoísta ou por vaidade, mas humildemente considerem os outros superiores a si mesmos. Cada um cuide, não somente dos seus interesses, mas também dos interesses dos outros” (Filipenses 2:1-4).

De acordo a visão neotestamentária, não basta apenas servir ao próximo, pois de nada vale ajudar alguém, sem considerar essa pessoa superior a nós mesmos, e não apenas igual a nós. Afinal, Paulo destaca exatamente o sentimento que houve em Cristo Jesus, pois tendo uma alta posição esvaziou-se de si mesmo, tomando a forma de servo (Filipenses 2:7).

Conforme lemos no próprio Novo Testamento, a religião que Deus, o nosso Pai, aceita como pura e imaculada é esta: cuidar dos órfãos e das viúvas em suas dificuldades e não se deixar corromper pelo mundo (Tiago 1:27).

Afinal de contas é papel de quem, o combate à desigualdade social? Do Estado, da Igreja, dos Institutos, das Associações, das Fundações ou das Casas Terapêuticas? Sobre esses e outros assuntos você encontrará nessa literatura de cunho bíblico, filosófico, social e político.

Boa leitura!

Características

Número de páginas 184
Edição 1 (2023)
Formato A5 (148x210)
Acabamento Brochura c/ orelha
Coloração Preto e branco
Tipo de papel Offset 75g
Idioma Português

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