Aquele aperto no peito que você sente, a dor que fica sussurrando na cabeça de madrugada e que joga uma sombra chata até nos momentos de paz, é um sofrimento que pouca gente entende de verdade. Não é tipo um braço quebrado ou um corte que você vê, não. É uma rachadura lá na alma, uma ferida que não veio de um estranho qualquer, mas muitas vezes de gente ou lugares que você botava a maior fé, sabe? De pessoas que se apresentavam como a turma do bem, num lugar que era pra ser sagrado, cheio de amor e segurança. Essa dor calada, que a gente muitas vezes aguenta sozinho, pode te fazer pensar que só você tá nessa bagunça toda de confusão, traição e uma desilusão braba. É a sensação de que ninguém te entende de verdade, te deixando isolado no meio da multidão. Esse isolamento por dentro, essa sensação de estar sozinho na batalha, muitas vezes vem junto com uma voz na sua cabeça – ou até umas vozes de fora, bem sutis ou na lata – que não para de te culpar. Ela fica te questionando, se você não pirou, se não agiu errado, ou se sua fé não era forte o suficiente. Você pode se ver preso num looping sem fim de auto-dúvida, repassando cada conversa, cada momento, se perguntando se não entendeu tudo errado, se sua fé não deu conta do recado, ou se você é sensível demais, enquanto o resto da galera parecia levar tudo de boa.
Número de páginas | 0 |
Edição | 1 (2025) |
Idioma | Português |
Tem algo a reclamar sobre este livro? Envie um email para atendimento@clubedeautores.com.br
Faça o login deixe o seu comentário sobre o livro.