Campos do Jordão é uma pequena cidade do Estado de São Paulo, localizada na Serra da Mantiqueira, na divisa com Minas Gerais. A chamada “Suíça Brasileira” que se desenvolveu em meio ao Vale do rio Capivari e se tornou uma referência nacional, no turismo de luxo e na gastronomia.
Para além dessa imagem, enquanto no Capivari os turistas desfrutam de um sonho europeu, exibindo seus casacos, botas e luvas e se aconchegando próximo das lareiras dos restaurantes, onde, sob os auspícios dos bons vinhos e passeios em uma decoração permanente de Natal proclamam os benefícios do inverno, na Verdadeira Campos do Jordão as famílias lutam para se manter aquecidas, em casebres de madeiras, muitas vezes, com os estômagos vazios.
Uma população trabalhadora, que acorda cedo, enfrenta o frio e caminha por quilômetros ao Capivari, onde desempenham os papéis de garçom, recepcionistas, cozinheiras, promotores de eventos, balconistas e guias turísticos.
Em meio aos 47 mil habitantes não há trabalho na cidade para todos. Embora a Prefeitura e a Minalba (Empresa de envasamento de água mineral) absorvam uma parte da mão de obra em trabalhos legalizados, com direitos trabalhistas assegurados, a demanda da população é maior e especialmente para os mais jovens.
Sobram poucas opções além se submeter à exploração do Capivari, ou, se lançar a procura de meios de sobrevivência, não necessariamente lícitos.
A existência de poucas escolas na cidade acaba sendo um fator decisivo para que a juventude não se qualifique e para que casos de abusos praticados dentro das famílias não sejam levados ao conhecimento das Autoridades, o que no contexto das comunidades institui uma subcultura permissiva em relação a esse assunto, que interfere até no funcionamento de instituições, como o Conselho Tutelar.
Especialmente para as meninas isso é bem problemático, pois essa subcultura permite tanto a exploração da mão de obra, com acontecimento repugnantes de “propostas” de trabalho que incluem muito mais do que a prestação do serviço oficial, quanto pela prática de crimes sexuais dentro das famílias.
É nesse contexto que se desenrolam as Crônicas de um Investigador: O trabalho cotidiano da equipe da Delegacia de Campos do Jordão na Investigação de Crimes Sexuais. Um ambiente que é conhecido por seu lado mais bonito, mas que esconde uma realidade brutal, sofrida e que só reforça que, especialmente a Jordanense é antes de tudo uma mulher com muita força de vontade, bem ao estilo de Maria, Maria, de Milton Nascimento.
ISBN | 9786501067766 |
Número de páginas | 162 |
Edição | 1 (2024) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Brochura c/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Polen |
Idioma | Português |
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