O primeiro capítulo sintetiza os paradoxos presentes na noção schopenhaueriana de Vontade que serviu de inspiração para o principal conceito da filosofia de Nietzsche, o de Vontade de Potência.
O segundo capítulo introduz o conceito de vontade de potência, mostrando não só que a reflexão schopenhaueriana sobre a Vontade e suas representações foi repensada por Nietzsche a partir da relação entre Dioniso e Apolo, como mostrando também as reverberações da vontade de potência na sua filosofia como um todo.
O terceiro capítulo mostra como a noção de vontade de potência conduziu o pensamento de Nietzsche a uma noção oposta, a de eterno retorno. A noção de eterno retorno é um desdobramento interno da noção de vontade de potência, pois, quando levada às suas últimas consequências, a noção de vontade de potência nega sua manifestação plural unificando-se na noção de eterno retorno. Trata-se, então, de explicitar que além da relação antitética entre Apolo e Dioniso, há também uma relação antitética entre o conceito de vontade de potência e o de eterno retorno. Os capítulos quarto e quinto mostram como o conceito de vontade de potência conduziu Nietzsche a caminhos antípodas. Enquanto uma linha de pensamento o conduziu à arte como a atividade por excelência da vontade de potência, a outra linha o conduziu à guerra como atividade paradigmática. Dissociadas uma da outra, essas duas linhas conduziram aos dois estilos de interpretação culturalmente mais influentes da obra nietzschiana: o estilo nazifacista, que apresentou o nome de Nietzsche para o mundo como o filósofo da vontade de poder imperialista, e o estilo pós-moderno de interpretação, que o disseminou como o precursor da contracultura, da reviravolta linguística e da resistência ao imperialismo. Esses capítulos mostram como mesmo assimétricas, ambas as intepretações caem na armadilha do partidarismo, identificando o pensamento de Nietzsche com um aspecto da sua obra em detrimento do outro que o contradiz.
O sexto capítulo mostra como essas duas linhas aparentemente excludentes são, no fundo, duas faces da ideia paradoxal de vontade de potência. A ideia de vontade de potência se desdobra como um movimento composto por dois momentos: um de dissolução do legado cristão responsável pelo niilismo na cultura oitocentista, e o outro de coagulação de uma forma de estar no mundo que tinha como modelo as antigas culturas aristocrático-guerreiras greco-romana. A arte e a guerra são, então, mostradas como metáforas raízes para os modos de funcionamento da vontade de potência. O sétimo e último capítulo tem como foco a relação compensatória entre a obra de Nietzsche e o cristianismo responsável pelo o niilismo de sua época, mostrando de que maneira os traços daquilo que ela compensa retornaram moldando sub-repticiamente o núcleo do seu pensamento.
ISBN | 978-85-909680-2-3 |
Número de páginas | 285 |
Edição | 1 (2019) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Brochura c/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Offset 75g |
Idioma | Português |
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