sabel nasceu em março de 2012, quatro meses depois da morte da minha ex-esposa. Tinha uma senhora que morava na minha rua no Itapoã em Belo Horizonte, não me lembro mais o seu nome, ela me falou: “André, toma cuidado, nesta situação sua a gente acaba fazendo um monte de bobagens.” Ela se referindo a “aventuras”. Eu nunca fui bom de mulher, mas passei pela fase, como vaticinou a minha vizinha. Foi um período negro, cheio de dor. Eu precisava de uma face que me amenizasse. Primeiro eu me encantei com Ana Hickmann, o cabelo liso e loiro lembrava o da Luciana. Mas não foi muito longe, na pescaria de suas fotos eu acabei pegando um vírus no computador. Eu me masturbava feito um louco. Não era um simples tesão, era angústia pura. E Isabel me serviu para este surto. É uma figura imaginária, mas criou vida. Seus primeiros versos me tocaram, mas também durou pouco. Oito anos depois eu a reencontro do mesmo modo que da primeira vez: do nada. E o buraco aí foi mais embaixo. O tempo e sua máquina incessante.
Número de páginas | 108 |
Edição | 1 (2020) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Brochura c/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Offset 75g |
Idioma | Português |
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