Há livros que registram, outros que anunciam, alguns que advertem. Este nasce como acusação e testemunho. O Brasil, entre 2018 e 2025, atravessou o corredor estreito da História: paredes cobertas por espelhos deformados, discursos fragmentados, símbolos corroídos. Este volume não apresenta apenas fatos, mas formas verbo-visuais que funcionam como provas. Cada caligrama é ato de acusação e, ao mesmo tempo, convite à reflexão.
Desde a Antiguidade, tiranos e imperadores souberam manipular arquitetura, arte e gestos para fixar poder. Zhengyuan Fu descreve como os Legalistas chineses já concebiam a política como técnica de domínio absoluto, erguendo códigos rígidos e monumentos como sinais permanentes.
Na Idade Moderna, Napoleão mostrou, segundo Brian Vick, que toda vitória militar era seguida de um espetáculo: congressos, festas, estátuas, medalhas. Depois de cada conquista, o rescaldo simbólico se impunha: novas fronteiras, novos tratados, novos teatros de propaganda. No século XX, os regimes totalitários aperfeiçoaram esta lógica. O realismo socialista na União Soviética, o gigantismo nazista, a monumentalidade fascista e a uniformidade maoísta revelam como estética e política se entrelaçam.
O Brasil recente não precisou declarar uma “arte degenerada” nos moldes do Terceiro Reich. Preferiu nomeá-la, nas entrelinhas, como “arte cancelada”.
Número de páginas | 607 |
Edição | 1 (2025) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Brochura c/ orelha |
Tipo de papel | Polen |
Idioma | Português |
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