O Toninho era um menino que morava num iate. Uma embarcação que se perdeu num vendaval e foi parar no meio do mangue. Esperto e inteligente conseguiu guardar por muito tempo a sua moradia, que era enfim, muito bonita e confortável. Mais do que isto, o moleque de rua, sem pai nem mãe, se tornou um artista. Começou construindo os seus próprios brinquedos: carrinhos e aviões, tudo que lhe passasse pela cabeça. Um homem feito, publicou um livro contando uma história com a sua amiga de infância. Seu livro ganhou destaque, ele foi inclusive entrevistando nas páginas amarelas da revista Veja. Vi a fotografia da sua primeira casa, o velho iate, ainda inteiro. E a sua com o filho, num descampado onde estocava a sua produção: um transatlântico azul, pilhas de carrinhos, tantos anos passados, cobertos de liquens. O Toninho é um mito, este menino-lobo que se cria sozinho, isto no meio mesmo da civilização. Ai, como estes casos, raríssimos, me enchem de inveja.
Número de páginas | 108 |
Edição | 1 (2020) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Brochura c/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Offset 75g |
Idioma | Português |
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