Autismo feminino-Expectativa de vida 58 anos

A sobrevivente

Por Mariangela Fernandes Vaz

Código do livro: 643766

Categorias

Saúde Mental, Desenvolvimental, Administração Prática, Psicologia, Biografia e Testemunho, Administração

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Sinopse

Tenho 54 anos, como a expectativa de vida de autistas mulheres é de 56/58 anos (para os casos mais graves é de 36 anos) considero que estou na 3°idade porque talvez nunca chegarei até lá.

Desde os 40 anos comecei a ter vários diagnósticos contraditorios como bipolar, esquizofrênica, agorafobia, transtornos psicótos graves e esquizoafetiva e ninguém pode ser tanta coisa ao mesmo tempo, por conseguinte OCASIONOU O AUMENTO DE REMÉDIOS QUE TOMAVA,CHEGANDO A TOMAR 2 SACOLAS REPLETAS DE REMEDIOS POR MÊS, uma quantidade totalmente absurda de medicações.

Na medicina devemos ter uma regra básica:"_ Se um doente tomar um remédio e não se observar resultados este remédio deve ser retirado e não apenas prescrever outro para ser acumulado com o anterior".

Adquiri uma hesteatose medicamentosa grau III, engordei 15 kgs e adquiri uma grave queimação em minha pele, sentia-me pegando fogo, literalmente.

Constatei que os Bullings nas Escolas, os Assédios Morais/sexuais nos empregos e os relacionamentos abusivos foram consequências das características do Autismo.

Pensei que este diagnóstico nada ia mudar em minha vida, mas muita coisa, muita coisa mesmo,mudou.

Resolvi parar de tomar 2 sacolas repletas de remédios por mês, está decisão repentina não foi correta, mas a fiz devido a hesteatose medicamentosa grau III, com um fígado preto e minha pele queimando,acreditei que talvez fosse alguma alergia medicamentosa e funcionou. Emagreci 15 kgs e com eles se foram a hesteatose e a queimação da pele. Apesar do resultado favorável foi muito difícil, cansativo e solitário fazer isso.

Nesse processo de auto conhecimento e auto aceitação cortei meus cabebos compridos bem curtos já que eles estavam me incomodado ao verificar que o casco da minha cabeça sempre foi muito sensível E QUE MUITAS TEXTURAS INCOMODAM MEUS OMBROS. Assistindo um documentário sobre relacionamentos abusivos há 4 anos suspeitei talvez ser autista, comecei a busca pelo diagnostico que foi posteriormente confirmado por uma neuro-psicóloga e duas psiquiatras.

Sou formada em Administração de Empresas na Universidade Federal do ES (UFES), já passei em 11°lugar no BANESTES SEGUROS,e também nas prefeituras da Serra e de Vitória e fiquei entre os 5 primeiros numa seleção na Petrobrás, não tomei posse nesses concursos porque na época era dona de Escolas para Adultos.

Passei na Caixa Econômica Federal do ES para substituir os terceirizados que trabalhavam na compensação de cheques. O resultado foi a primeira DEMISSÃO DE UMA CONCURSADA da CEF no ES. Lembro que no seminário de Integração, quando os motivadores perguntaram o porquê de querermos trabalhar na CEF, eu responder que queria fazer amigos já que na época pensava não ter amigos porque era a "DONA" de Escolas.

Nenhum dos meus relacionamentos nunca foram contínuos, eles se perdem no caminho e todos eles foram relacionamentos abusivos.

Na UFES sempre ficava na biblioteca,nem no restaurante universitário (RU) frequentava porque não suportava o cheiro de pepino , de quento e de carne.

Nunca senti reciprocidade em meus relacionamentos amorosos, ou estavam comigo pela minha aparência e era logo substituída pela garota mais simpática e popular,ou porque queriam consegui algo de mim, já que era dona de Escolas e tinha uma uma certa independência financeira.

Nos relacionamentos sempre fui muito ingênua. Não percebi, por exemplo, que minha única e melhor amiga gostava do meu primeiro namorado, minha mãe percebeu, infere-se que está amiga casou com aquele namorado.

Não percebi que meu ex marido, depois de se formar nas minhas Escolas e começar a trabalhar na Vale do Rio Doce se apaixonou por uma garota da metade da idade dele. Juntos conseguiram provas absurdas, inclusive LAUDOS ERRADOS MEUS e tiraram a guarda dos meus filhos.

A PERDA GUARDA DOS MEUS FILHOS LOGO APOS A DEMISSÃO DA CEF foi o golpe fatal. Ali perdi um sorriso que custei muito a aprender a ter.

Mas como vai a senhora Mariangela de 54 anos?

Desta vez o Bulling foi mais sério. Lembro que quando tinha 40 anos vi meu pai amoroso e já falecido ser apedrejado por um grupo de pivetes adolescentes e sei agora o que ele realmente sentiu.

No lugar que eu morava recentemente sofri preconceitos e ameaças psicológicas:

_ " Você não tem cara de Autista"!

_" Você só quer aposentar ou passar em concurso"!

Repreende-se que já recebo BPC que é um benefício para deficientes devido aos meus outros laudos.

E a última e pior ameaça:

_" Você não vai sair daqui viva"!

E ainda furaram os 4 pneus do meu carro e eu não tinha dinheiro para consertá-los. Fui a uma oficina um homem consertou e não me cobrou nada. Um anjo terreno.

Fui em casa peguei algumas roupas, algumas cobertas para enfrentar este frio, as cadeiras de praia estavam no carro e aluguei um quarto. Onde morava também aluguei com todos os móveis.Atualmente vendi este AP e moro em uma cidade próxima.

E por enquanto estou sobrevivendo com a ajuda de quem nunca me abandonou e quem me fez sobreviver até hoje: DEUS.

“Às vezes, salvar uma vida é um crime maior do que tirá-la”. Eis a frase dita pelo médico eugenista Harry Haiselden no filme A cegonha negra de 1917, em que interpreta a si mesmo, momentos antes de recusar uma manta quente a um recém-nascido com deformações físicas. O filme trata da eugenia, ideia bastante presente na ciência médica e biológica da passagem do século XIX para o XX, que supunha que se podia controlar as qualidades raciais das gerações futuras. O bebê em questão, com problemas, seria o resultado de quando pessoas com “limitações” ou “genes inferiores” não foram impedidas de se reproduzirem, para “infortúnio” da sociedade”. Infere-se que tenho 54 anos e ainda estou viva. Quando vejo o índice altíssimo de feminicidio e só por ter sido diagnosticada corretamente aos 52 anos, às vezes penso em relacionar isso: o porquê de existir tão poucos diagnósticos em mulheres na minha idade. Talvez porque estas não estejam mais vivas. Talvez se tivesse o diagnóstico correto, o mais cedo possível, minhas escolhas seriam diferentes e não viveria sem saber quem eu era, achando que talvez não pertencesse a esse mundo.

Acredito q o nível socieconômico, cultural, o diagnóstico precoce e a inclusão poderia mudar estes dados sobre a baixa expectativa de vida dos autistas, mas sabemos que especificamente no Brasil isso é utopia.

Já que o trabalho forma o "ser social" e somos o que fazemos. E que a maior dificuldade dos autistas é justamente "ser social". Como pode o próprio governo privar os autistas da atividade laboral que talvez seja a grande evolução que os cientistas ainda não descobriram para os autistas. A falta da atividade laboral quebra a coesão social, a anomia e o perigo da desintegração, ameaça todo o corpo social. Quando se destroi uma pessoa se destroe toda uma geração. Não devemos deixar destruir a função de cada um. Não devemos deixar de de SER seres humanos e é a cooperação no trabalho organizado para a eficácia que nos diferencia dos outros animais. A evolução da sociedade passa pela evolução cultural, social ,econômica, tecnológica e pela distribuição racional do trabalho voltado para a realização do trabalhador e a valorização dos laços sociais e familiares que são fundamentais. Os relacionamentos formais e informais no ambiente de trabalho, a hora do cafezinho o "Happy Hour" ao final do dia de trabalho o feliz encontro com a família. Sempre fugi de muitos contextos por me senti inadequada e até como se fosse a " boba da corte", mas sempre soube que naqueles contextos estavam a felicidade. O próprio trabalho remoto, que também gera realização pessoal, é uma alternativa para salvar o "ser social".

Com vários diagnósticos errados e com quantidade anormal de medicamentos errados que trouxeram como efeito colateral, mudança no meu comportamento, me transformando numa pessoa com mal comportamento, que eu nunca tinha tido antes,ou agora, que parei com as mediações.. Um câncer n exige diagnóstico e tratamento corretos? Com o autismo o TDHA é a alta mobilidade,por que isso seria diferente?

Os medicamentos quando usados de maneira correta podem logicamente, ajudar as pessoas ,mas se usados de forma incorreta podem gerar uma alteração química no organismo que pd prejudicar a saúde e o comportamento de diversas maneiras.E apesar do diagnóstico correto e começando a tratar a coisa certa da melhor maneira possível, dentro do baixo orçamento do BPC,ainda me sinto só.Numa teia de diagnósticos errados fiquei quase 15 anos quimicamente louca,insana,dopada de remédios, não vi os meus filhos crescerem,não conseguir progredir profissionalmente,não me senti pertencente a nenhum lugar,como se tivesse vindo de outro planeta..(Leve-me ao meu líder!,rs).A perspectiva bíblica me conforta, de ter certeza que estamos apenas de passagem.

Diagnósticos,seja de autismo,TDHA, hipermobilidade são muito importantes.Atrasar estes diagnósticos somente geram mais problemas. Vc n resolve um problema fingindo q ele n existe.Tem q saber q às vezes é necessário usar máscaras,mas por um curto período p n se sobrecarregar.

De maneira alguma quero passar a mensagem que remédios psiquiátricos não são importantes, se necessários,mas se alguém perceber o lado obscuro que estes remédios podem causar,devem procurar ajuda e tentar construir uma nova jornada e n chegar aos 90 anos sem saber quem realmente são.

E-mail:mariangelafernandesvaz@hotmail.com

https://twitter.com/mariangelavaz

https://www.facebook.com/mariangelaautista/

https://www.linkedin.com/in/mariangela-fernandes-vaz-autista-642435297/recent-activity/all/

https://exemplosdeassediomoral.blogspot.com/

Tel:55 27 9 988340770

Mariangela Fernandes Vaz

Administradora de Empresas

Características

ISBN 978-65-266-1583-6
Número de páginas 50
Edição 1 (2024)
Formato A5 (148x210)
Acabamento Brochura c/ orelha
Coloração Colorido
Tipo de papel Offset 75g
Idioma Português

Tem algo a reclamar sobre este livro? Envie um email para atendimento@clubedeautores.com.br

Fale com o autor

Mariangela Fernandes Vaz

Já escrevi muito sobre Assédio Moral ou psicológico (em monografia, blogs e na internet) após ser demitida da Caixa Econômica Federal.O diário de uma bipolar_O que os dados oficiais não dizem foi escrito quando diagnosticada há aproximadamente 15 anos como Bipolar com uma indicação de internação psiquiatra após a demissão e depois outros tantos diagnósticos incorrretos e contraditórios e uma quantidade absurda de medicações que causaram uma hesteatose medicamentosa III (meu prontuário médico está no twitter). Enfim, aos 51 anos, recebo o diagnóstico de Autismo e posso tratar pela primeira vez a coisa certa da melhor maneira possível.Quero provocar reflexões sobre este grave contexto político,principalmente os direitos humanos, e também social. Nos livros sobre autismo tento mostrar como que,a cada dia, busco recuperar minha identidade que vai além das características do autismo.

https://twitter.com/mariangelavaz

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