Meu objetivo com este livro sobre “Encarnação de Jesus em Carne e Osso”, propõe-se resgatar a dimensão corporal no cristianismo, olhando o corpo na perspectiva da unidade antropológica, considerando que a teologia cristã tem uma dinâmica histórica e encarnatória. Centrado no mistério da encarnação e ressurreição, o cristianismo, desde sua origem, nunca desprezou o corpo, incluiu-o: um Deus que se fez carne, que ressuscita e promete a ressurreição dos corpos. Pretende-se, ainda, provar isso, voltando-se às raízes do cristianismo, às suas fontes, este estudo vai considerar as influências históricas, recorrendo-se à tradição mística judaica, exposta no Antigo Testamento e retomada no Novo Testamento, onde o corpo, objeto deste estudo, tem um papel decisivo na salvação e na cura do ser humano. Apresentamos num primeiro momento, a “carne” como categoria chave da mística Joanina. O evangelho espiritual, como é comumente conhecido, apresenta, em primeiro plano, a “carne” de Jesus como acesso único ao seu Espírito. Não há, portanto, como acessar a mais alta realidade espiritual ou mística fora do corpo. O Espírito é glorificado na Carne, reforçando a mútua imbricação entre corpo e espírito, característica da antropologia teológica cristã, pois a salvação não se refere unicamente à alma, mas ao Homem, em toda sua dimensão corporal. O corpo é o eixo da salvação. Discutir-se-á essa unidade, com a visão fragmentada do corpo de hoje, o corpo dualista de concepção grega, juntamente com outras influências negativas recebidas durante toda sua trajetória histórica, nestes 2000 anos. Resgatar a importância da corporeidade na religião cristã significa uma grande mudança de paradigma, com possibilidades de grandes mudanças comportamentais para o cristão, onde o corpo deixa de ter uma função secundária e desprezível, mas torna-se uma realidade humana, divinizada por Jesus Cristo, manifestada concretamente e amorosamente. Resgatar o corpo no cristianismo é destacar o Jesus histórico, aquele que sabe acolher, servir e curar: atos profundamente humanos, afetivos e corporais e que convida o cristão a contemplá-Lo para imitá-Lo. O corpo será, aqui, estudado enquanto lugar de transformação e de conversão, que busca valores de dimensões sagradas e eternas. Serão citadas várias práticas corporais cristãs que ajudam o homem a viver o processo de transformação, como: a respiração, a ascese, a oração, a meditação, a contemplação, o silêncio, a liturgia, a música, o canto, a dança.
Número de páginas | 287 |
Edição | 1 (2022) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Espiral c/ acetato |
Tipo de papel | Offset 75g |
Idioma | Português |
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