LÍNGUA, LITERATURA E ENSINO

Olá!!

Saudações Caros e Caras!!

É com enorme satisfação que apresentamos mais um número da obra Língua, Literatura e Ensino que nesta edição se dedica as temáticas acerca da “educação, variação e preconceito linguístico, culturas literárias e outras manifestações da linguagem popular e dos povos tradicionais”.

Para tanto, selecionou cinco capítulos que trazem as seguintes temáticas:

No primeiro, as pesquisadoras Antônia Zelina Negrão, Charlene Fernandes Oliveira e Sheyla Pantoja de Carvalho, do Programa de Pós-Graduação Strictu Sensu de Ensino de Língua Portuguesa e suas respectivas literaturas (PPGELL). pela Universidade do Estado do Pará (UEPA), brindam-nos com o título MULTIMODALIDADE E PROPAGANDA: PRODUÇÃO DE SLOGAN NAS AULAS DE LÍNGUA PORTUGUESA, resultante das investigações naquele PPGELL, cujo objetivo foi apresentar as práticas de produções textuais com foco na multimodalidade por meio de uma proposta didático-pedagógica com a utilização do gênero propaganda, sustentada nas premissas dos estudos realizados por teóricos como Cope; Kalantzis (2013) Marcuschi (2008); Rojo (2013), dentre outros.

O trabalho, de caráter bibliográfico e laboratorial, demonstra um estudo multimodal e suas contribuições aos multietramentos. Também são significativas as contribuições pedagógicas advindas de pesquisas acadêmicas que, influenciadas por diferentes modos de comunicar e interagir na sociedade contemporânea, dedicam-se à abordagem de gêneros multimodais e multimidiáticos.

Outrossim, a pesquisa possibilitou também, a compreensão de como os multiletramentos podem contribuir para a formação de leitores e escritores mais críticos e expressivos, já que os alunos do 9º ano do Ensino Fundamental- sujeitos desta pesquisa-, conseguiram produzir propagandas com foco na multimodalidade.

No segundo capítulo, os estudiosos Antônio Ramiro de Mattos e Valdir Vegini, do Programa de Pós-Graduação Mestrado em Letras (PPGML) da Universidade Federal de Rondônia – UNIR nos propiciam uma análise acerca dos CONSTITUINTES CULTURAIS, TRADICIONAIS E NARRATIVOS NA/DA LENDA DO AÇAÍ, ressaltando que, nos estudos narratológicos, as narrativas escritas da tradição oral apontam para inesgotáveis fontes de pesquisas científicas. Logo, o objetivo desse capítullo é explorar e relacionar as especificidades contidas na narrativa indígena da tradição oral paraense “Lenda do açaí” e dela extrair os traços culturais, tradicionais e narrativos concernentes à tradição do próprio consumo do fruto tão presente não só no estado do Pará, mas em toda região amazônica, com o contexto socioeconômico de regiões ribeirinhas.

Os investigadores realizaram levantamento bibliográfico, pesquisa documental, hermenêutica, narrativa e etnolinguística, tendo como finalidade extrair do relato do povo originário Tupi fragmentos culturais, tradicionais oral/escrito, bem como as estratégias utilizadas pelo narrador para construir a realidade.

No corpus de análise são identificados elementos da cultura indígena da época; características do reflexo da representação coletiva, que apontam para o contexto social da tradição como explicação das mudanças históricas e um arcabouço narrativo com sentenças estruturadas no nível dos textos orais. O enredo da narrativa em epígrafe possibilita outros estudos em si mesmo ou em comparação com outras variantes.

No terceiro capítulo, cujo título é A HISTÓRIA DO JOGO INFANTIL: CONCEITO E CARACTERÍSTICAS E SUAS CONTRADIÇÕES NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM DA CRIANÇA NA CONTEMPORANEIDADE, de autoria da pesquisadora e pesquisadora Leila Cristina Gonçalves é analisado o significado da importância do jogo no desenvolvimento cognitivo infantil.

Segundo a investigadora, o tema foi escolhido devido à falta de informação e conhecimento de assunto, por parte dos pais e mestres, pois uma grande parte das nossas escolas ignora o valor do jogo como recurso didático em sua prática pedagógica na sala de aula, muitas vezes por falta de conhecimento e interesse.

A analista afirma que, o jogo é essencial na vida da criança, pois a infância serve para divertir, brincar e imitar. Não pode imaginar a infância sem risos e brincadeiras, porque é meio do jogo e brinquedos, que a criança cresce e desenvolve a alma e a inteligência. Jogar é uma atividade natural do ser humano. O ser humano apresenta uma tendência lúdica.

Destaca ainda que, o jogo acontece e influência o desenvolvimento intelectual, emocional e o corpo da criança, favorecendo ainda a socialização dela com o professor e como colegas de forma globalizada, para que no futuro sejam pessoas felizes e equilibradas emocionalmente.

Desse modo e de acordo com o que foi estudado a cerca da importância dos jogos na vida da criança ficou claro a sua função educacional, social e cultural, pois é jogando que a criança se socializa se educa passando essa pratica de geração a geração. Logo, por meio deste capítulo, concluiu que cada criança tem sua própria capacidade para brincar e jogar, fazendo fluir um pensamento criativo que está na sua individualidade e que repercute em todos os momentos da vida.

O quarto capítulo, de autoria do pesquisador e organizador desta Obra, traz como título: A REPRESENTAÇÃO DO IDOSO NOS CONTOS AFRICANOS E BRASILEIROS: TEMPORALIDADE E ESPAÇO NAS OBRAS DE ROGÉRIO NGUNZA, MIA COUTO E MARCELO FERRONI.

A iniciativa perpassa por uma reflexão acerca das fases do desenvolvimento humano e seus processos de maturação, os quais foram motivos de análises das mais diversas áreas do conhecimento humano passando pelas questões da biologia, da história, das práticas assistencialistas e dos serviços sociais, e ainda das proteções legais.

Nesse sentido, o autor apresenta algumas narrativas dos esritores Rosário Ngunza, Mia Couto e Marcelo Ferroni, angolano, moçambicano e brasileiro, respectivamente, através dos seus contos “O jacaré velho”, “O odiado avô” e “Repovoamento”. Considerando as origens dos escritores e compreendendo ainda que o “o homem é fruto das suas leituras e experiências de vida”, analisamos suas produções sob o olhar crítico dos pensadores que direcionam as teorias da recepção, da psicanálise e da teoria literária na contemporaneidade, com especial atenção aos ditos de Berenson (1972), Cajaiba (2013), Flory (2005, 2006 e 2012), Makai & Flory (2011), Willemart (2014), além dos precursores Benjamin, Adorno, Recoeur, Genette, Barthes e Baktin.

O objetivo é refletir sobre o papel da Literatura na denúncia em prol a valorização do idoso, enquanto sujeito memorial que vive um momento de transição entre o passado, o presente e o futuro que se se constrói a cada nova empreitada social; reconhecer a importância e contribuição dos idosos nas lutas em favor da memória oral e, que sem esta fase na vida de todos nós é simplesmente viver pela metade ou menos que isto; provocar uma discussão que confirme ou negue suas formas de transmissões culturais na contemporaneidade, momento de processos globais econômicos e tecnológico que distancia, mas também aproxima gerações.

Seria um verdadeiro aprender fazendo, independentemente das idades dos envolvidos. A Literatura pode promover isto e, assim a tem feito.

Por fim, o quinto capítulo, sob a temática d’O SERTÃO-CERRADO E AS NUANCES POÉTICAS, DE ROMULO NÉTTO E ISAAC RAMOS, a doutoranda em Estudos Literários pelo Programa de Pós-Graduação Stricto-sensu (PPGEL) da Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), Campus de Tangará da Serra – MT apresentar uma analogia entre as poéticas dos autores Romulo Nétto e Isaac Ramos.

Para tanto, realiza uma análise dos poemas de número “23” do livro Transitoriedades, Palavra (2010), de Romulo Nétto e o poema “Nuances” do Livro Teias e Teares (2014), de Isaac Ramos. Ambos os autores escrevem e se inscrevem em Mato Grosso e, por meio de suas poesias, conclamam o reconhecimento dos trânsitos que permeiam suas literaturas.

Igualmente, por meio da análise, reconhecer a artesania do verbo e a metáfora como elementos propulsores do múltiplo enviesados nos versos que desenlaçam numa metalinguagem do fazer poético.

Para o desenvolvimentos da análise a autora se apropriou dos estudos de Carvalhal (2006), Abdala (2007), Ramos (2011) e Santos et al (2020).

Posto isso, reconheceu-se nas teias da poesia de Isaac Ramos e nas palavras-sertão de Romulo Nétto, uma amálgama que apresenta ser e lugar, contextualizados em suas poéticas.

Diante do que apresentamos, não restam dúvidas de que essa Edição seja de grade valia para os estudos da formação crítica cidadã e da formação leitora de educadores, pais e comunidade escolar em geral.Boa leitura!! Bons estudos!!

Profa. Esp. Charlliene Lima da Silva

PPGEUNIR/SEMED-PVH

Prof. Dr. José Flávio da Paz

PPGE-UNIR/DALV-UNIR

Profa. Esp. Lidiane Silva dos Santos

PPGEUNIR/SEMED-PVH

Profa. Esp. Rute Barboza da Silva

PPGEUNIR/SEMED-PVH

Organizadores