A publicação de "Para Sair do Século XX", de Edgar Morin (1986), "O Pós-Moderno", de Jean-François Lyotard" (1986) e "A Instituição Imaginária da Sociedade", de Cornelius Castoriadis, (1982) provocaram um amplo debate no interior das Ciências Sociais. A ideia da crise do saber já acompanhava a reflexão de historiadores, sociólogos e antropólogos brasileiros e latino-americanos, mas por muito tempo a emergência do debate sobre o advento da Pós-modernidade foi visto como um momento de enfraquecimento da crítica de esquerda. Essa posição se revelou, décadas depois, uma das principais fragilidades dos intelectuais engajados na luta contra o avanço do conservadorismo, do autoritarismo, do racismo, da intolerância e do neofascismo das primeiras duas décadas dos anos 2000. Essa recusa dos novos horizontes utópicos, dos novos paradigmas em Ciências Sociais foi responsável pela impotência política e teórica para antecipar o movimento que levou Jair Bolsonaro ao poder.
Na obra “O Paradigma Estético”, Barcellos resgata sua visão particular da emergência do debate sobre a natureza da Pós-modernidade no Brasil. Reunindo estudos realizados no calor dos debates entre 1989 e 1993, o autor encontrou o fio da meada: frente às dúvidas e angústias para o avanço da pesquisa em Ciências Sociais, o que estava em jogo era a emergência de um novo paradigma, o Paradigma Estético, voltado para direcionar o olhar dos pesquisadores para a experiência coletiva, a subjetividade e a vida cotidiana. Mais tarde, no Brasil de Bolsonaro, quando os mesmos pesquisadores descobriram que o debate sobre a construção da subjetividade coletiva era uma questão central de poder, ficaram atônitos. Como foram incapazes de prever o movimento que levou Jair Bolsonaro ao poder? Essa incapacidade de diagnosticar o real, de antecipar a catástrofe, só pode ser explicada por uma falha de formação, a ausência da apropriação de um debate que foi um dos mais importantes daquela geração. Reunindo estudos do final dos anos 80, época em que se formou a geração do autor, "O Paradigma Estético" apresenta o modo como a teoria social oferecia oxigênio para a esquerda e porque ela foi incapaz de ampliar a base de suas crenças para se revigorar. As dicas estavam no ar. Os autores novos, chegando com suas ideias inovadoras e polêmicas. Hoje, para enfrentar o êxtase neoliberal, a esquerda precisa correr atrás do prejuízo.
ISBN | 978-65-001-8603-1 |
Número de páginas | 276 |
Edição | 1 (2021) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Brochura c/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Polen |
Idioma | Português |
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