Essa é uma tradução para o português de Introduction aux Études historiques, de Charles Victor Langlois, e Charles Seignbos, publicada pela primeira vez na França em 1897. Esta obra clássica da historiografia metódica francesa influenciou profundamente os estudos históricos no Brasil, não apenas acadêmicos, mas também escolares.
Na atualidade, continua presente na bibliografia de cursos de introdução à história, teoria da história, e história da historiografia. Porém, devido à dificuldade que havia em encontrar versões em português (a edição nacional data dos anos 1940), tornou-se um livro muito mais referenciado do que efetivamente lido; ou era, quando muito – seguindo uma tradição dos estudos acadêmicos no país – disponibilizado aos estudantes apenas capítulos independentes que circulavam em cópias pessimamente fotocopiadas.
Desde a institucionalização de modelos metodológicos e teóricos mais recentes, as concepções metódicas tornaram-se exemplo recorrente de como a história não deveria ser feita: linearmente, apenas a partir de documentos escritos, fundada em uma concepção acidental de causalidade, além de ser sistematicamente ironizada por sua suposta ingenuidade cientificista, que objetivava atingir a verdade a partir de análises de fatos históricos objetivos, acessíveis por meio do método.
A leitura dessa Introdução aos Estudos Históricos revelará que os metódicos, ou ao menos Langlois e Seignobos, eram mais do que isso. É possível que a dificuldade de acesso aos textos originais tenha contribuído para que se fixasse entre os profissionais da história uma concepção da Escola Metódica criada, na verdade, pelos seus detratores. Muitos estudantes e outros tantos historiadores profissionais, conhecem as ideias metódicas apenas por meio do que disseram seus críticos.
Se Langlois e Seignobos abordam temas que hoje podem nos parecer alienígenas (como é o caso da extensa discussão sobre o papel da erudição, ou a proposta de um trabalho histórico que seguisse a serialização da produção industrial), preocupações ainda atuais como a questão da verdade, a objetividade das fontes, a metodologia fundada em questões, os limites do conhecimento histórico, o papel social da história, a multiplicidade temporal, a necessária relação entre presente e passado, são tópicos que já se encontram discutidos aqui.
Questões teóricas e metodológicas que, justamente pelo desconhecimento dos clássicos, muitos acreditam serem bastante recentes, já faziam parte das discussões de Langlois e Seignobos. Recuperando seu pensamento, temos condições de compreender melhor o processo de desenvolvimento da teoria histórica desde o século XIX, identificando formas de pensamento já superadas mas, também, redescobrir certas discussões, destacadas nessa Introdução aos Estudos Históricos, que ainda são significativas e que em muitos aspectos foram negligenciadas por tradições teóricas posteriores.
ISBN | 9786500631333 |
Número de páginas | 256 |
Edição | 2 (2023) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Brochura c/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Offset 75g |
Idioma | Português |
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