“A televisão matou a janela”, foi o que disse Nelson Rodrigues em relação àquele venerado advento. O smartphone matou o flerte, ouso dizer. Com a vida corrida o entretenimento foi para a palma da mão, estar em casa mesmo, para muitos, é só para dormir. E as pessoas andam nas ruas com as caras enfiadas em suas pequenas telas. Não sei até que ponto tudo vem se tornando efêmero e transitório. O poder de sedução das novas tecnologias, tudo rapidamente caindo na obsolescência, o volume e o fluxo das informações, a qualidade e a veracidade das mesmas... Até que ponto as nossas relações não estão afetadas por estas forças tão poderosas? No meu caso, bem ou mal, eu procurei dar a minha cara com toda esta panaceia. Nunca fui de muitos amigos mesmo e nem sou de me meter em suas vidas. A distância que geralmente nos assegura estes aparatos, pra mim me valeu como um bom balizador daquilo que realmente estou disposto a dar. É claro que nada é perfeito. Mas entre smiles e curtidas, comentários e compartilhamentos, o imperativo da vida virtual ainda não me matou o interesse no próximo. Talvez só o tenha tornado mais eficiente, nos permitindo, sem o limite da distância, nos aprofundar naquilo que realmente nos interessa e com as pessoas certas.
Número de páginas | 160 |
Edição | 1 (2015) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Brochura c/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Offset 75g |
Idioma | Português |
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