Boa-Noite, Seu João! Mas a noite é ruim. Não dá pra dormir sobre aquela pedra, aquela marquise, aquela rua calçada. Uma folha de jornal é mais confortável. Boa-Noite, José! Boa-Noite, Maria! Eu não vou mais aborrecê-los. Não vai ser mais preciso esperar que o outro atenda ao telefone. Vou ficar aqui quieto com a minha fome, a minha solidão, a minha noite maldormida. Boa-Noite, São Rafael, Santa Luzia, também não vou alugar mais as suas cabeças, não vou dar nó em suas generosidades. Obrigado por tudo, durmam com Deus. Ai este grande canalha! Boa-Noite, meu inferno, o pai de todos os larápios, Meu Pai, meu pai, a minha sandice. Eu não sei mais o que fazer! A noite me devora com seus demônios, a ganância que mata mais muito mais do que qualquer pandemia. Paciência, Dona Leonor, Dona Gertrudes! A enxurrada levou tudo, devagar as senhoras recuperam tudo de novo. Quanta dor! Precisa mesmo disto? É a vontade Dele, minhas queridas! Somos pecadores, temos que entender a lição...
Número de páginas | 118 |
Edição | 1 (2021) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Brochura c/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Offset 75g |
Idioma | Português |
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