“Se esta rua, se esta rua fosse minha...” Quantos não se acham “os donos da rua”? A vida nas grandes cidades, nos impessoais condomínios, as ruas furiosas, a completa falta de identidade, às vezes também daqui pra ali, mudando sempre de casa, mais um no meio da multidão. Resgatar-se alguma poesia não é mais obra para os cadernos de escola. Querer dar um destino melhor aos filhos é uma cobrança macabra. No final ele vai ter mesmo que se virar, e nas suas escolhas pouco auspiciosas, ser poeta pode guardar muito sofrimento. Vocação ou destino? A verdade é que sempre estamos nas nossas próprias mãos. O preço com certeza vai aparecendo, e muitos desistem de pagar. Vai-se às vezes levando como um lazer, uma atividade paralela, mas as feridas ainda não cessam de doer. Da injustiça, o descalabro, a bandalheira, o roubo acintoso, a multidão sai em protesto, nada mais parece surtir efeito. Temos que conviver com o putrefato, estes meninos poderosos insaciáveis que nos atormentam seja nos shoppings, seja no Congresso Nacional. A rua acabou aqui, as vias tomadas de lixo, de loucos ao volante, traficantes, estupradores... Afinal de quem é esta rua? Quem haverá de se impor com a sua voz e legitimar um verdadeiro Não?
Número de páginas | 152 |
Edição | 1 (2017) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Brochura c/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Offset 75g |
Idioma | Português |
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