Pense num carro vermelho e o trânsito se encherá deles. A verdade é puramente no que se acredita; no que se está atento à memória. Somos felizes por um fio, tristes também por um nada. O trabalho talvez nos garanta alguma calma; no roldão de tanta chatice às vezes damos conta de verdadeiros demônios. Infelizmente o poeta não faz assim tanta distinção, tudo o atormenta na mesma força. A sua cabeça, a inquieta oficina do diabo. Eu só faço parecer mais bonita a minha paranoia, o meu trabalho é enlouquecer com certo grau de lucidez, eu faça a revista nos anjos, pague propina aos amaldiçoados. Minto sem nenhum remorso por que sei que assim evito terríveis catástrofes. Vou com Deus iluminando existências sombrias, dejetos humanos desolados, manhãs guardadas em porões. A poesia seja como o milho, a farinha de trigo, uma supercola; a rainha de vergonhosas gambiarras, mas alguma coisa que forre o estômago; um frio na barriga: sempre o desejo, nunca a fome.
Número de páginas | 178 |
Edição | 1 (2016) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Brochura c/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Offset 75g |
Idioma | Português |
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