Quando o Brasil foi dividido em Capitanias, a de Pernambuco foi doada a Duarte Coelho Pereira, notável capitão português, por carta régia de 10 de abril de 1534. Na época, Pernambuco era habitado na costa, desde o rio São Francisco até Itamaracá, pelos Caetés, tribo selvagem e feroz, e desde Itamaracá até o rio Abiay, que era a divisão com a Paraíba, pelos índios Tabajaras. Duarte Coelho, filho de Gonçalo Pires Coelho e neto paterno de Martim Coelho, oriundo da antiga e nobilíssima linhagem dos Coelhos — era casado com D. Brites de Albuquerque, filha de Lopes de Albuquerque e D. Joana de Bulhões. Do porto de Lisboa partia para o Brasil, acompanhado da esposa D. Brites de Albuquerque, do cunhado Jerônimo de Albuquerque, diversas famílias e o pessoal necessário para a fundação da colônia. Em 9 de março de 1535, fundeou a armada no porto de Itamaracá e Duarte Coelho saltou com sua gente, nas margens do rio Igarassu, no sítio denominado Marco, limite das suas terras com as de Itamaracá. Jerônimo de Albuquerque, nascido no começo daquele século, era então um rapaz forte e dotado de intrepidez e bravura, em virtude do que lhe deram o lugar de um dos primeiros capitães e dos vultos mais notáveis da colônia. Prisioneiro de guerra e condenado à morte sucumbiria se não tivesse a felicidade de cair no agrado de uma das filhas de Arco Verde, velho chefe dos Tabajaras. Em 1562, em obediência a uma carta de D. Catarina de Áustria, rainha de Portugal, Jerônimo casou-se com Felipa de Mello, filha de Dom Cristóvão de Mello. Segundo D. Catarina, sendo ele o sobrinho de D. Afonso de Albuquerque, descendente de reis, não deveria seguir a “lei de Moisés”, isto é, manter “trezentas concubinas”. Do casamento com D. Felipa de Mello nasceram 11 filhos: João, Afonso, Cristóvão, Duarte, Jerônimo, Cosme, Felipe, Isabel, Maria, além de 2 que morreram logo após o nascimento. Assim, Jerônimo de Albuquerque teve 24 filhos, entre legítimos e legitimados, o que lhe valeu o apelido entre os historiadores de “Adão Pernambucano”. De Jerônimo de Albuquerque, descende, no Ceará — os Fernandes Vieiras, os Feitosas, os Mellos, os Montes, os Xerez e muitas das tradicionais famílias, notadamente as que povoaram, como pioneiras, o vale do Acaraú. Registra-se o fato entre descendentes de meus ancestrais — Araújo Costa, Carrasco, Carneiro, Dutra, Fonteles, Rocha, Silveira, Vasconcelos e outros mais. Essas sucessivas interligações de parentes, notadamente em certos grupos, formam as famílias do Vale do Acaraú, por todos os ramos, oriunda das mais antigas e distintas, quer do Brasil Colonial, quer mesmo de Portugal. É o que se pode verificar na leitura destas notas.
ISBN | 978-85-9161-414-1 |
Número de páginas | 402 |
Edição | 1 (2017) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Brochura c/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Polen |
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