Nas sociedades capitalistas ocidentais contemporâneas, os processos de socialização fragmentários e/ou fragmentados (especializados, xenófobos e etnocêntricos), com todas as suas mazelas, têm feito com que essas mesmas sociedades, no sentido macro, criem hierarquias, barreiras, muros e abismos sócio-interativos entre as diferentes culturas; entre os diferentes povos; e, no sentido micro, têm feito também com que os indivíduos de diferentes culturas afastem-se cada vez mais uns dos outros, criando-se também hierarquias, barreiras, muros e abismos entre eles, tornando-se frágeis as relações de afeto, respeito, tolerância, fraternidade etc.
Nesse sentido, pode-se dizer que o acesso à cultura, não somente a erudita, ou melhor, que o acesso às culturas (ideológica e/ou mal compreendidas como sendo o mesmo que sabedoria e/ou educação) é o que tem sistematicamente, ao longo da era pós-moderna, jogado os homens numa espécie de “egocentrismo infantil na fase adulta”.
Ou seja, de “etnocentrismo sistematizado,” dado que toda cultura é etnocêntrica, não dando aos seres ditos socializados ou endoculturados, ao mesmo tempo, condições de saírem dele, na medida em que os princípios que a regem (cultura) são impingidos nas psiques dos mesmos, passando a fazerem parte das suas próprias identidades, tornando-os, assim, por pura convicção de grupo, incapazes de tolerarem e/ou de respeitarem os diferentes e/ou às diferenças.
O livro, sendo assim, objetiva clarificar ou mostrar como é que a aquisição da cultura, nas suas diferentes faces, tem feito com que os diferentes homens, ao incorporarem diferentes culturas, incorporem também diferentes símbolos representativos da realidade, diferentes valores, ou seja, canalizem corrosivamente os seus sentidos para somente poderem enxergar, como sendo dito bom e/ou virtuoso, aquilo que a sua própria cultura julga como tal, estabelecendo sempre como parâmetro os seus próprios hábitos e costumes.
Na UNIDADE I, a partir de uma discussão sobre os processos de formação cultural – sistematizados por meio das instituições ditas educativas, presentes estas nas sociedades capitalistas pós-modernas – questionaremos o caráter paradoxal da cultura e/ou das culturas (dito formador, mas ao mesmo tempo deformador).
Na UNIDADE II apontaremos novos caminhos para a educação sistematizada no século XXI, ou seja, para aquela educação dada por meio das instituições ditas educativas.
Esperamos que esse livro possa contribuir à formação de uma geração mais humana, fraterna, emancipada intelectualmente, livre, tolerante, dialógica e, na mesma medida, respeitosa de todas as diferenças.
O autor
ISBN | 9781497323216 |
Número de páginas | 152 |
Edição | 1 (2014) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Brochura c/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Offset 75g |
Idioma | Português |
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