I
Agir por meio de crenças é agir irracionalmente. Não se confunda, todavia, nem de longe, um estado de crença com um estado de fé. A fé, ao contrário da crença, é positiva: “É a certeza das coisas que se esperam; e também a certeza e/ou confiança nas coisas que não se veem”.
O filósofo Kierkegaard, por exemplo, dizia que a fé, diferentemente da crença, é o estágio mais elevado da ação humana, porque é a única que, transcendendo até mesmo a moral, permite ao ser humano dar um “salto no escuro”.
Em outras palavras, o que se quer dizer é que, em pleno séc. XXI (tempo de disparates, violências, intolerâncias e injustiças), ainda precisamos reafirmar a complexidade do óbvio: “crenças (não confundir-se nunca com a fé) são dogmas e, dogmas, embora muitos não saibam, são o mesmo que regras alienadas de ação”.
II
Existem, hoje, nas sociedades capitalistas ocidentais pós-modernas, variadas formas de alienação e, uma delas, certamente a mais crucial, é aquela que está dada entre a população de ditos pobres e/ou indivíduos de classe média baixa, uma vez que, sedimentada em mitos ou formas dogmáticas de pensar, sentir e agir (crenças), fazem com que os mesmos coloquem-se, além de quase sempre na condição de reféns ou de fantoches do capitalismo selvagem, também como incapazes de lutarem para superar as suas exclusões sociais.
II
O livro, embora talvez pareça a alguns, não é contrário à ideia de que o capitalismo selvagem é um fabricante diuturno e sistemático da exclusão social. Todavia, mais preocupado em trazer soluções do que propriamente tecer críticas ao mesmo, defende a ideia de que, além da exclusão externa (provocada pelo capitalismo), existe também outra que é interna, ou seja, diretamente causada e perpetuada em muitos por nutrirem estes formas dogmáticas ou alienadas de pensar (crenças), agir e sentir em relação à pobreza e à riqueza.
A obra, nesse sentido, propõe-se a, além de quebrar dogmas e/ou crenças:
1- Mudar radicalmente a nossa forma de pensar e/ou encarar os sentidos que até hoje têm sido dados à pobreza e à riqueza;
2- Dar-nos condições intelectuais, epistemologicamente fundamentadas, para podermos não somente resistir aos processos de exclusão social, mas também conquistarmos a nossa felicidade financeira.
Enfim, para nós a cidadania plena é e deverá ser sempre um direito. Esse direito, todavia, em sociedades capitalistas como a que se vive, não é e nem nunca será também uma dádiva, ou seja, para ter real sentido, esse direito precisa e precisará sempre ser também encarado como fruto de uma conquista.
ISBN | 978-1530003570 |
Número de páginas | 116 |
Edição | 1 (2016) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Brochura c/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Offset 75g |
Idioma | Português |
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